Imagine uma pessoa que acaba de se converter. Esta pessoa vê que tinha muitas coisas em sua vida que eram nocivas a ela. Então vai buscar se livrar delas. E do outro lado, vem a igreja dizendo que tudo que é do "mundo" é pecaminoso e mal, não existe nada de bom na humanidade, que a pessoa deve buscar só o que é de Jesus. Nosso amigo com certeza ira se livrar de todos os seus CD's, suas revistas, livros e qualquer coisa que possa ter que não seja ligada a Deus. Irá trocar seus CD's por CD's gospel, seus livros de pensadores por livros cristãos.
Não há problema algum em alguém gostar de música "gospel", querer ler livros teológicos, revistas cristãs ou coisas do tipo, não é isso que critico, mas sim o que geralmente ocorre: esse pessoal abandona toda e qualquer forma de cultura não "gospel" e adota uma cultura dita como certa, sem dar devida atenção a seu conteúdo a luz da bíblia, ou da sua qualidade. Aí que surgem tantos "rebolations da fé".
Muitas vezes, esse tipo de comportamento é gerado através de uma tentativa de defesa, pois há muitas coisas na sociedade que nos levam facilmente a cair, sem dúvida alguma, mas isso gera um efeito colateral: as pessoas ficam isoladas do mundo, fechadas dentro da bolha da igreja. Só transitam por ambientes "puros", só convivem com "irmãos", só consomem coisas de Jesus e só falam a língua da igreja.
O grande problema desta situação é que a igreja perde sua principal função: ser sal e luz no mundo, levar a palavra a toda criatura, pois está fechada em seu próprio mundo e com certeza, o mundo de uma igreja "bitolada" não atrai nenhum não cristãos para o seu interior. Porque deixar sua liberdade de fazer o que quer para entrar numa cadeia de fé e dogmas?
Continuamos discorrendo sobre esse tema no próximo texto.
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