domingo, 16 de outubro de 2011

Meras Repetições


                Dessa vez não venho falar sobre crianças, vou mudar a inspiração, mas de certa forma elas têm a ver, pois venho falar sobre (como diz o título) repetições. Essa semana estava pensando enquanto ouvia uns podcasts cristãos, de como não só eu, mas vários outros blogs têm falado sobre os mesmos temas.
                Lembrei na hora da música de um dos meus ícones de músico cristão, o João Alexandre, “É Proibido Pensar”. Lá há um trecho que diz que são “meras repetições, repetições...”. E então me coloquei num dilema: será que estamos todos falando uma besteira comum? Estamos falando ao vento? Ou será que várias pessoas, apesar de vários alertas ainda se iludem?
                Mas acho que uma provável resposta para essa indagação, está nas palavras de Jesus, quando ele diz que nos últimos dias, surgiriam falsos profetas que enganariam a muitos. Esses lobos em pele de cordeiro, muitas vezes usam da inocência e/ou da fé de muitos para ter poder e dinheiro.
                Apesar de ver que esse quadro é real e que muitos realmente não terão como serem resgatados dessas mentiras que nos são pregadas, só posso seguir me inspirando em Paulo, confiante de que devo pregar o que as escrituras realmente dizem ou nos indicam, pois fui liberto para servir a Deus.
                Pensando por essa ótica, digo que o que prego, não é apenas uma mera repetição. Assim como tantos outros, prego, ou pelo menos busco, a palavra de Deus e as meras repetições, estão naqueles que copiam outros, que falam o que está na moda, que distorcem a palavra de Deus em seu benefício próprio. Eles que são quem apenas repetem e repetem mentiras, pois a palavra verdadeira de Deus, sempre se renova, assim como sua misericórdia e seu amor.

domingo, 2 de outubro de 2011

Fruto da Carência

               Dessa vez o assunto não são as crianças do meu estágio hahaha. Mas novamente crianças são o que me levou a escrever esse texto. Essa semana que passou, comecei a lecionar numa escola da prefeitura aqui de Campinas, num bairro periférico.
                Achei a experiência bem menos complicada do que falavam que deveria ser, mas foi também apenas o primeiro contato que tive com aquelas crianças. Mas neste primeiro contato, pude sentir algo que me chamou muito a atenção. É incrível a fome que eles têm por arte, por atenção e por carinho.
                A turma do quinto ano, como já era de se esperar, é um pouco mais complicada que o pessoal do quarto, mas foi nessa turma onde ficou mais evidente isso. Durante um dos momentos de exaltação do som das flautas e das conversas, um dos meninos gritou para a turma: pô, nunca tivemos aula de música e agora que temos vamos desrespeitar o professor!?
                Muitas vezes durante minha vida, pensei como o povo de periferia gosta d música “ruim” porque “são tudo ignorante” e pior que é verdade, mas é uma verdade triste. Hoje em dia, percebo como eu via de modo errado essa verdade, pois via isto como um defeito deles, sendo que na verdade é um erro dos ditos cultos.
Temos toso o acesso à cultura dita como superior, artística, nobre etc. Mas e aí, fazemos o que com ela? Guardamos para nós e dizemos que quem não tem é inculto, ignorante e coisas do gênero, mas não damos nenhuma oportunidade aos outros de terem essa oportunidade. Fechamo-nos em nichos culturais que se dizem superiores e não permitimos que os “diferenciados” entrem.
           Fiquei envergonhado de mim mesmo, mas também penso por outro lado: quantas vezes os cristãos não fazem o mesmo? Tem a verdade na mão, o caminho para a vida eterna e fazem o que com ela? Guardam dentro de suas teologias, de seus templos e simplesmente rotulam os outros como condenados ao inferno, sem ao menos darem a eles a chance de conhecerem a verdade. Fica aí a reflexão para nós.