domingo, 31 de maio de 2009

Amizade

Amizade é um negócio complicado. Você tem um amigo, mas porque? Por que o homem não vive sozinho? Se é assim arruma um cachorro ou um gato, as vezes ele será mais fiel!
Você dedica tempo a uma pessoa, compartilha seus sentimentos, suas dúvidas, seus anceios, suas crises; se esforça pra ser o melhor amigo possível para o "cidadão" e então ele vem por tras de ti e te empunha-la pelas costas. Destroi um sonho sonhado por ambos a anos.
Após algo como isso o que você faz? Se magoa, de decepciona, chora, sofre, mas apesar de tudo, continua a ser amigo dessa pessoa. Por que?!
Talvez seja porque o que importa na amizade não seja o bem ou o mal que a pessoa lhe faz, ou se o outro é legal ou chato, mas sim o estar com o outro, a vivência em comunhão com um semelhante a você, mesmo sabendo que a decepção é uma estrada de mão dupla e que em algum momento, um dos dois (ou os dois) irá(ão) percorrer.
Deus não criou o homem para viver só. Um dos pontos que nos faz a imagem e semelhança de Deus, é que nos relacionamos, assim como Deus na Divina Trindade.
A grande diferença desse relacionamento para com os nossos, é que da Trindade, é feito por sujeitos perfeitos, enquanto as interações humanas, são falhas.
Apesar de estar me sentindo fora do meu circúlo de amizades onde vivi desde a infância, e de ter sido traído por aqueles que se diziam meus maiores amigos, agradeço a Deus pelas amizades que ele tem posto em minha vida, pois sempre que uma acaba, ou ela renasce mais forte, ou Deus me abençoe com uma nova, e também agradeço por ter pessoas em meu caminho que sofrem tentações como eu, falham como eu, pois assim podemos nos apoiar mutuamente e caminhar juntos.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Simples Relevância

Nos últimos tempos muitas pessoas têm falado sobre essa palavra que, para outras, causa um desconforto um tanto quanto preocupante – relevância. É relevância na sociedade, na saúde e educação públicas, nas atitudes políticas partidárias e não partidárias e, especialmente, relevância para com o evangelho de Cristo. “Mas como? Evangelho Cristão com ‘relevância’? Jamais! Com a Palavra de Deus é ‘sim sim’ ou ‘não não’, pois não há meio termo.” Usando da redundância, muitos, infelizmente, são “extremamente extremistas” nessa posição.
Realmente o evangelho de Cristo é inegociável. Mas essa particular e pessoal associação – “evangelho” e “relevância” – se refere à urgente necessidade de a igreja de Cristo ser relevante para com aqueles que estão à sua volta. E para que isso aconteça, são necessários dois processos. Primeiro, que ela vá de encontro às pessoas sem distinções, levando consigo o mais puro evangelho cristão com sua essência totalmente impecável. E, depois, que nesse “encontro” utilize tudo o que há de bom e lícito na cultura ou nos costumes que envolvem seu ouvinte, a fim de que o evangelho se aproxime deste com muito mais naturalidade sem, contudo, perder sua identidade.
Muitas vezes, os cristãos criam uma marca, uma identificação própria e até mesmo um vocabulário subjetivo que acabam levando-os a uma total irrelevância para com aqueles que os
rodeiam, trazendo empecilhos para que Cristo seja proclamado, e, inconscientemente, formando
para si mesmos guetos, onde tudo é diferente do “mundo”.
É necessário lembrar que Cristo durante o tempo que esteve entre os homens foi extremamente relevante. Um exemplo simples no qual se percebe nitidamente essa realidade é o código que Judas utiliza para entregar Jesus aos guardas romanos conforme registrado por alguns dos evangelistas. Pelo fato de Jesus não usar uma roupa “diferente” da daqueles que estavam ali com ele, não falar um dialeto “diferente”, e não andar exclusivamente com um determinado grupo de “crentes” não teria como ele ser diferenciado pelos guardas, a fim de que estes o prendessem. Então, Judas cria um código ou um sinal para apontar o Cristo. “E logo, aproximando-se de Jesus, lhe disse: Salve, Mestre! E o beijou.” Mateus 26. 49. Cristo, sem jamais perder sua essência e caráter, ao se misturar com o povo, era “confundido” como um deles. Ele era consciente de que o “encontro missionário acontece entre a igreja, o evangelho e o mundo” e não deixando este “mundo” de lado como muitos acreditam.
Dietrich Bonhoeffer diz que “a igreja só é igreja quando o é para os de fora.” Algumas igrejas no Brasil hoje têm procurado ser assim a cada dia. Essas igrejas vão das mais diversas maneiras contextualizadas e relevantes para o meio das pessoas sem esperar que elas venham para o templo ou à própria igreja. Algumas procuram suprir um pouco das necessidades básicas de uma população sofrida (isso é uma das vertentes do “aproveitar o que a “cultura” oferece ou, neste caso, que ‘não oferece’) e levar o evangelho de Cristo puro e sem a perda de sua essência. Outras igrejas não usam da filantropia, pois visam outro grupo. Por isso, optam por trabalhos culturais de diversos tipos, a fim de atrair pessoas para o evangelho. Porém, é necessário o alerta de que as comunidades cristãs não são simplesmente comunidades “libertadoras” nem um grupo onde o simples “proclamar” exerce função única. Cristo é o libertador, o que traz as boas-novas, e Aquele que usa esses tipos de trabalhos para levá-lo, assim como ele deseja, às pessoas.
No entanto, não há nada mais relevante, impactante, transformador e frutífero para a expansão real do evangelho de Cristo do que quando esta acontece por meio dos puros e simples relacionamentos interpessoais. Que cada cristão, individualmente, possa saber discernir, mediante o Espírito Santo, que “missão tem a ver com atravessar fronteiras étnicas, culturais, geográficas e sociais”, e até mesmo que o “atravessar fronteiras” implica em atravessar a rua e, relevantemente, falar de Cristo ao seu vizinho. E que possamos chegar ao ponto de dizer, assim como John Knox, “Ó Deus, dá-me ‘minha pátria’, ou morro”.

Renato Ribeiro

terça-feira, 12 de maio de 2009

Poema modernista

Aprisionado pelas garras da cegueira,
Na ladeira, ao embalo ele vai.
Crê, suas obras serem grandes.
Concidadão da vã ignorância,
Vestido com varonia imposta
Pela correia que traz as chagas.
Torna-se animália
Ao desejo do igual,
À inercia da centúria.
Como onda em pleno mar,
Levada pelo vento da rotina,
Ele segue,
Sem o foco desviar.
Nem um ladro dessa massa
Contra os gatos a se ouvir.
Um gurí chora quieto
Sem ter como reagir
À vara que lhe rompe a carne;
À fadiga que lhe oculta aos velhos olhos
A beleza do saber.
Mover-se é preciso,
Para não alicerçar-se no atoleiro
Da morte do poeta,
Do fim do ser inteiro.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Ministro de Louvor ou Músico?

Ultimamente, quando vou a igreja, volto com um sentimento de desgosto bem grande, pois acho que o pessoal não tem dicionário em casa. Quando um vai tocar uma música, ele não toca uma música, ele dirige um louvor!
Uau! Faço faculdade de música e não sabia que o novo nome da música era louvor!!! Valeu por avisar caros "ministros"! E dessa também não sabia, o dirigente dos cânticos ou cantor principal virou ministro agora! No "meu tempo" ministro ou era chefe de um ministério do governo ou era pastor.
Mas deixemos minha ignorância de lado e vamos pensar um pouco no significado de cada uma dessas palavras.
LOUVOR. Louvor é um sinonimo de elogiar, falar bem, bem-disser.
MÚSICA. Arte de combinação de sons e silêncio (essa é uma definição simples minha mesmo, pois é algo que gera muita discussão mesmo).
Mas me lembrei de outra coisa que muito me irrita: os crentes não lêem a bíblia, porque se músicos como eu são levitas, eu quero minha parte do pão e do cordeiro sacrificados e quero minha parte da renda da igreja, porque os levitas viviam dos recursos do templo.
Mas a melhor coisa que tem é quando o "ministro de louvor" chama o "rebanho" a louvar a Deus e canta músicas que falam de tudo, menos de louvor, como Deus faz isso; vou ser abençoado; irmão, vamos trabalhar; irmão, cante; e sei lá o que mais.
Que eu saiba quando se vai louvar através de música, agente canta coisas como "Tu és soberano sobre a terra, sobre os céus tu és Senhor...", agente exalta a Deus, não clama a igreja, num passa recados para os crestes, não da ordens para Deus. E diga-se de passagem, essa nova moda de dar ordem pra Deus nas músicas é o cumulo.
Mas uma das frases mais legais que já ouvi numa igreja é essa: Não sobe de tênis no altar!
Como diz um amigo meu: Oh glória xilovameidnad* !!! Num sabia que matavam gente em um lugar santo! só não me lembro de ter visto o sangue derramado no altar e nem a veste sacerdotal na igreja, pois sem ela o sacrifício não chega no céu!
Bom por hoje paro aqui pra não disser nenhuma besteira, depois continuo a falar sobre isso!

*Falando em línguas.

sábado, 2 de maio de 2009

Belos Discipulos

Hoje lá na minha igreja, assistimos a um filme chamado Duelo de Titãs, com Denzel Washington, que conta a história de um time de futebol americano da Virgínia, da primeira escola do estado a ter alunos negros e brancos.
Uma coisa no filme que muito me marcou, foi ver os religiosos achando ruim o convívio das diferentes "raças". Alguns destes até se dirigiam aos indivíduos de cor diferente de maneira agressiva. Em uma dessas cenas, o pai de um dos jogadores vai ao colégio brigar com o técnico, por ele ter tirado seu filho para por no lugar um negro. Após a "conversa" o técnico principal (Denzel) pergunta a seu auxiliar (que é branco) se eles não teriam que aturar mais o cidadão, e o auxiliar responde o seguinte: Vocês não, mas eu sou do mesmo conselho da igreja que ele.
Gandih na sua luta pela independência da Índia, pregava a ação não violenta, contra a Inglaterra. Ressaltemos que a Inglaterra é um país cristão. Os indianos simplesmente pararam de obedecer aos ingleses, que por causa disso os agrediam. Por sua vez, os indianos apenas apanhavam e as vezes por não reagirem, apanhavam até um pouco mais.
O que posso concluir através desses dois exemplos, é como os cristãos andam pregando algo que não vivem. Se dizem superiores por serem filhos de Deus e pisam nos outros. Como gosta de disser um amigo meu, tem um imenso egocentrismo-cristão.
Ao ler os evangélicos, vejo um Jesus que se esvaziou de si pelos outros, não importando se eles eram negros, brancos, gordos, magros, bonitos, feios, judeus, gentios ou o que quer que fossem. Ele viveu e morreu por aqueles que o mataram.
Já os seus seguidores de hoje, não conseguem sequer aceitar que seu semelhante tenha uma visão política diferente, que goste de um estilo de música diferente ou seja, prega um amor que não cumpre, são intolerantes.
Jesus contou certa vez uma história sobre um homem que devia muita grana ao seu senhor. Este homem teve sua dívida perdoada, mas saindo ele da presença do seu senhor, encontrou um cidadão que devia uns trocados a ele e o que ele fez? Meteu o cara na cadeia!
Muitas vezes agimos assim. Pedimos perdão a Deus, mas não seguimos seu exemplo e somos vingativos e cruéis.
Espero que um dia a igreja possa voltar a ter cristãos* de verdade, não apenas pessoas que disser crer em Jesus.


*A palavra cristão significa pequeno Cristo, imitador de Cristo.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Voz no Deserto

Hoje fiquei pensando sobre o que poderia postar, então abaixei um pouco meus olhos e me deparei com um CD do João Alexandre chamado Oração da Noite. Comecei a pensar em falar sobre oração.
Einstein ao ser perguntado por um aluno sobre o que este poderia pesquisar em sua tese de mestrado que não houvesse sido ainda pesquisado, disse para o jovem pesquisar a oração.
Esse é um assunto muito pouco discutido nas igrejas e na sociedade. Talvez por ser algo pessoal, talvez por ser um assunto que gera desconforto ou sei lá eu por que razão. Mas é um fato que agente quase não discute esse tema.
Philip Yancey em seu livro Oração (um dos poucos sobre ela que vi e li), coloca em sua capa (fantástica diga-se de passagem) uma metáfora muito bem feita de como parece ser a oração. Na capa, há uma caixa de correio no meio do deserto. Quantas vezes não vou orar e me vejo pensando se Deus está ligando mesmo pro que estou dizendo, algumas vezes sinto como se estivesse em um monólogo, pois parece que não há retorno.
Conversar com alguém que não se vê, não se escuta e não se pode tocar é algo um tanto o quanto difícil. Parece que você é meio bobo se for pensar... mas, apesar de tudo isso, quando eu oro, de verdade, sinto algo diferente dentro de mim, algo não da pra descrever. É como se Deus estivesse mesmo estado me ouvindo e falando comigo.
Talvez após ler o paragrafo acima possa ter surgido uma dúvida na sua cabeça: o que é uma oração "de verdade"? Existe oração de mentira?
Quando coloco esse "de verdade", refiro-me a quando me coloco diante de Deus com o coração aberto, com desejo de estar ali, com sinceridade, sem querer criar um falso eu diante do Pai. O conceito que eu tenho sobre o que é oração é o seguinte: Falar com Deus. Mas quando digo falar, digo conversar, não soltar um monte de palavras decoradas, ou falar coisas sem pensar o que realmente significam.
Na verdade não sei muito sobre o tema pra estar postando esse texto, mas acho que comentar sobre minhas angústias, pode vir a ajudar alguém a compreender as suas.