terça-feira, 12 de maio de 2009

Poema modernista

Aprisionado pelas garras da cegueira,
Na ladeira, ao embalo ele vai.
Crê, suas obras serem grandes.
Concidadão da vã ignorância,
Vestido com varonia imposta
Pela correia que traz as chagas.
Torna-se animália
Ao desejo do igual,
À inercia da centúria.
Como onda em pleno mar,
Levada pelo vento da rotina,
Ele segue,
Sem o foco desviar.
Nem um ladro dessa massa
Contra os gatos a se ouvir.
Um gurí chora quieto
Sem ter como reagir
À vara que lhe rompe a carne;
À fadiga que lhe oculta aos velhos olhos
A beleza do saber.
Mover-se é preciso,
Para não alicerçar-se no atoleiro
Da morte do poeta,
Do fim do ser inteiro.

Um comentário:

  1. Rafa, fiquei feliz com sua visita. Amei seu blog, ainda não li tudo, vou explorá-lo com calma. Mas, confesso que gostei muito deste poema, em particular. A rotina é algo que nos engole pouco a pouco. Somente Deus mesmo para nos fazer abrir os olhos e deixar essa inércia. Os poetas têm papel importante nisso tudo, e você é um deles.

    Abraço

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