quinta-feira, 5 de abril de 2012

Desabafo Final


              Nos últimos dias, andei pondo outros textos falando um pouco da minha primeira experiência amorosa real. Hoje trago a todos o desfecho dessa saga, mas não pelo desfecho que teve, mas o que me trouxe o ocorrido.
                Acho que pra que tudo faça mais sentido, devo contar a história desde o começo, então aí vamos nós: o primeiro contato que tive com ela, foi no carnaval do JV. Foi um contato apenas visual, onde pelo que me lembre, troquei só um sorriso com ela, mas sorriso do tipo oi apenas.
                Passados uns três dias do acampamento, eis que vejo um contato querendo me add no face. Olhei e era ela. Pensei comigo: nossa, essa gatinha tá me add!? To podendo! E a aceitei. Passadas uma ou duas horas, ela entra e começo a conversar com a menina. Foi uma conversa bacana, num clima agradável e gostei muito dela, achei-a muito legal.
                Nosso contato seguinte veio a ser no domingo, pois no sábado não nos encontramos online. Conversamos durante um bom pedaço da tarde, por volta de umas duas ou três horas, onde falamos de várias coisas, mas principalmente música, pois é o que estudamos.
                Um detalhe que devo ressaltar é que sempre fui um menino muito NERD, do tipo que não consegue falar direito com uma menina quando está a fim dela, principalmente quando a está conhecendo, ou quando acha ela muito bonita. 
                Sabendo desse fato fica mais fácil entender o tamanho da surpresa que tive quando me dei conta de que estava falando vários dias com uma menina e sempre por mais de uma hora, numa média de duas. O mais legal é que em nenhum momento precisava inventar assunto ou ficar num silencio incomodador, pois o papo ia rolando de maneira natural e era a cada dia mais agradável.
                Quando estávamos conversando a cerca de umas duas semanas, vi-me toda hora que estava on torcendo para que ela também estivesse, toda mensagem que recebia no celular, esperando que fosse dela. Comecei a perceber-me apaixonado, algo que fazia cerca de dez anos que não acontecia. A última vez que havia me apaixonado, estava na oitava série.
                Eu estava num momento em que finalmente, estava tranquilo na minha solteirice. Estava feliz estando como estava, sem presa de estar com alguém e eis que surge a digníssima e muda tudo. Tinha me apaixonado novamente e estava lidando de uma maneira que nunca havia feito, pois mesmo depois de ter percebido isto, continuava falando com ela, sem me bloquear como antes. Estava simplesmente feliz.
Certo dia, estávamos falando de nos conhecermos, que seria legal conversar pessoalmente, não só pela rede e ela disse que queria que eu fosse até a cidade dela. Isso me trouxe uma baita alegria e uma enorme esperança. Depois disso, não demorou muito para que eu acabasse falando para ela o quanto estava feliz de tê-la conhecido e de quanto eu gostava dela e qual foi minha alegria quando ela disse que era reciproco. Fiquei extremamente feliz, como nunca havia ficado na minha vida. Nesta noite só pude dizer obrigado a Deus, durante a noite toda.
Continuamos conversando, mas a cada dia, os assuntos eram mais pessoais e profundos. Começamos a ter certo relacionamento, mas decidimos não começar nada até nos conhecermos mesmo.  Combinamos um dia para que eu fosse a casa dela. No meio desse papo mais intimo sobre nós mesmos, aconteceu a história que conto no primeiro desabafo. Mas depois de conversar abertamente com ela sobre o que estava sentindo, meus medos ligados ao ocorrido, o papo que tive com um amigo, decidiu passar por cima disso tudo e lutar por ela.
Foi o segundo pior papo que tive com ela. Senti-me mal por não ter confiado tanto no começo, mas nos acertamos e prometemos sermos sempre sinceros um com o outro. Depois do ocorrido, nossos assuntos só aumentaram e se aprofundaram. Junto a eles meu carinho, a admiração, o respeito e a paixão por ela.
Eis que chegou o dia em que a visitaria, foi o dia em que fiquei mais animado, eufórico e feliz. A viagem foi toda acompanhada por mensagens que trocamos e pensamentos com ela. Estava simplesmente nas nuvens.
Quando nos encontramos, fiquei deslumbrado. Ela era muito mais bonita do que me lembrava. Como era linda, como lhe caia bem o vestido que estava usando, como estava acolhedor aquele abraço. Mas quando fomos para o carro, que desastre que fui, estava todo nervoso e sem jeito, afinal era a primeira vez que ia ver uma menina que podia vir a ser minha namorada. Não sabia onde sentava no carro, se pegava a mão dela, se a olhava, se olhava pra cidade, se falava com ela ou com ser pai, estava perdido.
Mas aí chegamos a casa dela, e as coisas começaram a melhorar. Fui muito bem recebido lá, senti-me em casa até. Adorei o tanto de instrumentos que tinha lá. Guardei as coisas e dei o presente que tinha levado para ela. Então descemos e fomos jantar. Foi período muito agradável. Após o jantar assistimos o Moulin Rouge que ela queria ver. Levei e assistimos juntos. Não preciso dizer da alegria que sentira naquelas quase três horas de filme.
No dia seguinte, fomos a um parque da cidade, passeamos e depois sentamos um pouco pra conversar. Contei para ela uma história triste da minha vida que ela queria saber e me declarei de verdade, ao vivo e também tive a alegria de orar junto com ela pela nossa relação. Depois fomos ao bosque e a noite fomos ao cinema, que foi muito bom. Fui dormir extremamente animado e sonhando em como seria o futuro.
Chegou o domingo, o dia da minha partida. Desde o bom dia, senti um afastamento que me preocupou um pouco. Durante a ida a igreja dela as coisas pareciam não estar na mesma pegada do dia anterior. Acabando a aula, fomos numa praça andar um pouco e conversar. Ela disse que ainda estava um pouco confusa por causa de relacionamentos anteriores e que estava indo devagar. Acalmei meu coração depois do papo. Passamos o resto do tempo que ficaria ali juntos, então fui de volta pra casa.
Estava muito animado, pensando no dia em que ela viria para cá, fazendo planos de onde leva-la, onde ela poderia ver o que realmente existe dentro de mim. Mas então fui conversar com ela a noite. E todo meu animo foi por terra. Pois ela disse que estava muito confusa, não tinha certeza do que queria, se era pra ter um nós mesmo e pediu uns três dias de silêncio para pensar. Foi o pior momento que passei depois que a conheci. Fui para cama mudo, em estado de choque. Fechei todas as portas e janelas do quarto e comecei a chorar e orar.
A terça foi o pior dia da minha vida. Estava totalmente arrasado. Fui ao trabalho só porque tinha que ir, mas meus alunos ficaram todos assustados comigo, pois estava muito chato e bem menos paciente que o normal. Acabei vindo direto pra casa e fui procurar algo q me desse algum animo. Algo que realmente me ajudou, foi o podcast do JV na Estrada número 20, o Bota: apenas não te quero mais. Ver como outras pessoas passaram por isso, me ajudou a querer levantar.
Mas o principal mesmo foi quando tomei a decisão de deixar Deus cuidar de tudo, pois desde o princípio, pedi a Ele que estivesse à frente e tomando as rédeas desse relacionamento. Se não fosse vontade Dele que acontecesse algo, não deveria acontecer. Mas se fosse, mesmo que não agora, vai acontecer.
Durante esse período orei muito, todos os dias. Li a bíblia como nunca havia lido antes (agradeço ao E. Peterson pela “A Mensagem”) e conversei com muitas pessoas. Vi o tanto de amigos verdadeiros Deus me deu, quantas pessoas que oraram por mim, me deram palavras de apoio e estiveram o tempo todo comigo. E chegado o último dia, pude ver o quanto o Pai me transformou, pois em menos de uma semana estava rindo novamente, curtindo com meus amigos e pronto a ouvir o veredito sobre meu futuro, fosse qual fosse.
O não já não era mais um peso não carregável para mim, assim como o sim deixara de ser uma obsessão. O meu desejo tinha realmente se tornado estar dentro da vontade e do plano de Deus. Era estar vivendo segundo sua vontade, com ou sem uma namorada.
Não sei por que justamente quando estava numa boa fui jogado às nuvens para cair no meio de um deserto, mas sei que nesse deserto fui muito transformado e moldado por Deus. E sei o quanto cresci como homem, cristão e também como um futuro cônjuge.
No fim, a reposta dela foi que ela achava melhor não continuarmos como estávamos, mas que não queria se afastar de mim, queria minha amizade. Bom, estamos assim, mas é sempre duro pensar nela só como uma amiga, talvez por ser tudo muito recente ainda, mas tenho a plena certeza de que Deus estava, está e estará a frente não só do meu relacionamento com esta menina, mais também das minhas outras amizades, meus possíveis futuros namoros, meus estudos e de toda a minha vida.
Pra concluir, só posso dizer uma coisa: entrega teu caminho a Deus, confia e espera Nele, porque Ele é fiel e estará fazendo o melhor para você, mesmo que o melhor seja passar pela dor. E no fim, você verá que tudo valeu a pena.

2 comentários:

  1. Deixar nossas escolhas nas mãos de nosso Pai é SEMPRE o melhor caminho!

    Deus te abençoe Rafa!!

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  2. Fico tremendamente admirado, de conhecer alguém que está protegido pelo PAI, não porque não passa dificuldades, mas em imaginar que os anjos do Senhor acampam ao redor daqueles em que Nele confiam. Abraço e continue olhando fixo para o alvo.

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