terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Dois Pontos: Descer do Morro


                Depois de passar quase um mês em um acampamento, algo me bate forte no peito: um grande desejo de não estar aqui, no mundo real. É triste quando penso em como estava lá e que agora estou aqui novamente.
                Esse sentimento me lembra de um episódio narrado na bíblia, situado em x, essa é a narrativa da transfiguração de Jesus. Sinto como se a temporada tivesse sido esse momento na minha vida. Estava lá, junto ao mestre, em comunhão com santos, deslumbrando a glória. Entendo perfeitamente o que eles queriam dizer com a sua ideia de armar tendas e ficarem lá pelo resto de suas vidas.  Sem dúvida estar assim com o Pai, num lugar onde separamos para isso é fantástico.
                Mas JC lança “uma real” monstruosa pros seus discípulos e digo que para mim também quando diz um não. Estar com Deus e com os “irmão” é maravilhoso, mas não foi pra isso que fomos criados. Jesus não morreu naquela cruz para fundarmos uma “vila-do-Chaves”, onde todos vivem juntos, isolados do mundo enquanto a promiscuidade e o pecado germinam e se espalham nos corações do ser humano.
                Ainda não consegui voltar totalmente para o mundo, para minha rotina, para a igreja local, mas sei que é preciso, pois é aqui que Deus me pôs agora para servir; lá sou usado e necessário, mas é uma parte apenas da obra, afinal acontece a cada seis meses apenas.
                Descer do monte é frustrante, triste, desanimador, sem dúvida nenhuma, afinal, estávamos num “nirvana” da fé, tranquilos e vamos parar no meio de uma guerra. Mas por mais triste que seja, é na guerra que devemos estar. Deus nos chamou para agir. Tem um texto onde JC fala que não quer que o Pai nos tire do mundo, mas que nos livre do mal. Acho que isso já diz tudo não?
                Bom, está sendo complicado voltar ao mundo, mas por pior que seja, abandone a zona de conforto, saia da inercia de um acampamento e vamos para a obra, assim como Jesus que desceu do monte para ir parar na cruz.

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