Como já disse no perfil, sou estudante de música e na minha faculdade encontro pessoas de todos os tipos: evangélicos, hips, comunistas, hindus, ateus e tudo mais que você imaginar, pois usando um termo da moda, é um espaço bem democrático.
Certo dia conversando com uma amiga minha de lá, falei que era cristão. Ouvi algo que me pegou: Sério!? Não parece.
Fiquei sem chão, afinal havia conversado pouco com ela e que me lembrasse não havia dado a ela razões para me achar um "garoto mau", pois foi o que imaginei que era o que ela estava querendo dizer. Mas depois conversando com ela em outra ocasião descobri que não era nada disso o que ela quis dizer, pra alívio da minha alma.
A imagem de "crente" que ela tinha não se baseava em ações, postura ou em vida, mas sim em imagem externa. Era estranho a ela pensar que eu por andar com todos, conversando como alguém normal fosse crente.
A idéia do evangélico dela é mais ou menos assim: uma pessoa que não fala sobre nada que não seja Deus, a não ser pra dizer que você vai pro inferno por causa do seu pecado; só usa roupas escritas mensagens de Jesus; só convive com outros do "clã"; se for mulher, usa cabelo comprido e saia no joelho; só ouve "louvor"; e tem aquele famoso ar de superioridade para com os outros (nada contra quem faz alguma das coisas acima, com exceção do ar superior e dos que se isolam).
Não a jugo culpada por ter essa idéia distorcida sobre o cristianismo, afinal foram os próprios cristãos que criaram esse estereótipo de si mesmo. Só posso dizer que o povo absorveu a imagem.
Cabe a nós agora mudarmos o quadro, mostrarmos que ser discípulo de Cristo é mais do que uma questão de estética, vem a ser uma atitude de vida.
Nossa Rafa, que legal.
ResponderExcluirJá passei pela mesma situação.
Quando contei na faculdade que era cristã uma amiga minha se espantou.. e me classificou como "diferente dos evangelicos que ela via na rua". Em primeiro me assustei, como você, mas depois vi que muitas barreiras ate para a aceitação do cristianismo são os esteriótipos criados pela sociedade, cristã ou não.
olá rafa
ResponderExcluirpercebi que temos muito em comum, o texto que escreveu reflete muito do meu pensamento como cristão, e também muitos outros conhecidos, como o Jean que faz seminário comigo, o Danilo Demori e outros amigos também!
Abraços
Incrível a semelhança de realidades!
ResponderExcluirMas pra mim, mais impactante ainda é ver um texto desse exposto num blog. É difícil, mesmo, expôr algo tão particular, algo que em alguns pode causar até uma espécie de crise existencial, extremamente temporária, ou não.
Refiro-me a ideia de certo e errado que temos: se tem por obrigação a fácil identificação externa do nosso modo de pensar e da nossa ideologia?
Há quem responda sim, justificando que de fato, as roupas são uma forma de expressão, por isso as características da saia e do cabelo que você citou no texto.
Mas quem, como você, acredita que esse é um elemento insignificante e que o que realmente importa trata-se de algo muito superior, opta pelo não. Que bom que você chegou a uma conclusão, confesso que eu ainda estou em conflito íntimo. Apesar de ter um constante temor no coração, não abandono a postura, o jeito mais confortável e mais condizente comigo. É até estranho falar disso com tanta fluidez. Talvez seja por pura simpatia.
A propósito, muito bom o blog.