quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

CASA


                Hoje vou falar um pouco sobre mais uma das marcantes experiências vividas no treinamento do QG. Nessa temporada tivemos algo totalmente inédito, tanto na vida da maioria de nós como no treinamento: fomos visitar uma unidade da fundação CASA. Uma unidade com adolescentes de 15-18 anos se não me engano.
                Quando o MV (nosso chefinho) falou sobre essa nossa saída, tenho que confessar que fiquei um tanto o quanto contrariado, mas disposto a ir. Fiquei aberto a viver a experiência apesar de estar como o pé atrás. E fui embarcar nesse balão junto com o resto do QG. Qual não foi a minha surpresa ao chegar lá. O lugar não tinha nada a ver com aquilo que pintam para nós na TV e os meninos não são os animais irracionais que dizem que eles são.
                Acho que foi uma das experiências mais marcantes que vivi nos últimos tempos. Ali pude ver meninos onde rotulam bandidos, vi pessoas no lugar de animais, vi a tristeza que a falta de liberdade gera e como um abraço pode curar essa dor. Saí de lá apenas pensando: por que estava com receio de vir? Por que me deixar prender por um preconceito farisaico?
                Acho que a maior lição que aprendi lá, não foi que os meninos são isso ou aquilo, ou que eles podem se arrepender, mas sim que eu por mais que ache que não, sou preconceituoso; que eu gosto de ficar na minha zona de conforto, afinal a culpa de eles estarem ali não é minha; e também que se eu vivesse o que eles vivem, provavelmente estaria ali também.
                Acho que todo mundo devia passar por uma experiência como essa na vida. E hoje em dia me pergunto: será que eu voltaria por conta própria? Ou o que vivi lá foi só uma emoção passageira? Foi só teórico o que aprendi? Ou vou tirar minha bunda da poltrona pra agir?

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