Hoje
vou falar um pouco sobre mais uma das marcantes experiências vividas no
treinamento do QG. Nessa temporada tivemos algo totalmente inédito, tanto na
vida da maioria de nós como no treinamento: fomos visitar uma unidade da
fundação CASA. Uma unidade com adolescentes de 15-18 anos se não me engano.
Quando
o MV (nosso chefinho) falou sobre essa nossa saída, tenho que confessar que
fiquei um tanto o quanto contrariado, mas disposto a ir. Fiquei aberto a viver
a experiência apesar de estar como o pé atrás. E fui embarcar nesse balão junto
com o resto do QG. Qual não foi a minha surpresa ao chegar lá. O lugar não
tinha nada a ver com aquilo que pintam para nós na TV e os meninos não são os
animais irracionais que dizem que eles são.
Acho
que foi uma das experiências mais marcantes que vivi nos últimos tempos. Ali
pude ver meninos onde rotulam bandidos, vi pessoas no lugar de animais, vi a
tristeza que a falta de liberdade gera e como um abraço pode curar essa dor.
Saí de lá apenas pensando: por que estava com receio de vir? Por que me deixar
prender por um preconceito farisaico?
Acho
que a maior lição que aprendi lá, não foi que os meninos são isso ou aquilo, ou
que eles podem se arrepender, mas sim que eu por mais que ache que não, sou
preconceituoso; que eu gosto de ficar na minha zona de conforto, afinal a culpa
de eles estarem ali não é minha; e também que se eu vivesse o que eles vivem,
provavelmente estaria ali também.
Acho
que todo mundo devia passar por uma experiência como essa na vida. E hoje em
dia me pergunto: será que eu voltaria por conta própria? Ou o que vivi lá foi
só uma emoção passageira? Foi só teórico o que aprendi? Ou vou tirar minha
bunda da poltrona pra agir?