Durante
a temporada de verão JV 2012 tive várias ideias de textos para postar. Muitos
momentos do tipo: cadê meu note? Mas muitos deles se perderam devido a ter que
ir para outra atividade e perder o feeling do momento, já outros, acabei
travando na primeira linha.
Mas
este aqui não deu pra deixar passar, pois foi uma experiência forte demais pra
ignorar. Mesmo que perca todo o momento de cânticos e o começo da pregação.
Mesmo que precise virar a noite escrevendo, vou fazê-lo.
Durante
a maior parte da minha vida cresci em igreja, sentindo-me o tal e coisas do
gênero, pois sempre levava a bíblia, era dos que mais sabiam nas aulas da EBD
(escola bíblica dominical), não falava palavrão entre outras coisas. Achava que
minhas atitudes “certinhas” me faziam destacar do “resto” das crianças. E
cresci me enganando ao achar que sendo assim estava sendo um cristão genuíno.
Já que esse blog acabou tendo como foco um público cristão, posso dizer que era
um filho mais velho da parábola do filho pródigo. Mas o pior é que era tão
cegado pela minha religiosidade que tinha até raiva do filho mais velho, por
acha-lo um tolo.
Na
adolescência as coisas não mudaram muito, apesar de eu entender mais sobre o
que é a fé, pois a religiosidade continuava a me macular. Julgava de uma
maneira severa os meus amigos, achava que era o exemplar, o verdadeiro crente.
Mas chegando ao período de 15-18 anos, tive aquela que classifico como pior
fase da minha vida cristã, porque me desviei de Deus sem me segregar da Igreja.
Neste
período da vida, passei de uma fase de busca por visões distintas do que é fé,
Deus e amor, para um período de fé morna, vazio espiritual, falta de vida
devocional, falta de amor ao próximo, isolamento pessoal entre tantas outras
coisas nocivas. Essa fase deixou marcas que até hoje tento curar e que talvez
algumas nunca cicatrizem.
Estou
no período da juventude e posso dizer que esse período tem sido a minha busca
pelo avivamento da minha fé e do meu amor para com Deus. Mas apesar desse
resumo sobre minha vida, esse não é o foco do texto. Mas é algo que tem
acontecido comigo aqui na temporada. Agradeço muito a Deus por Ele ter posto o
JV na minha vida, pois esse lugar é um lugar onde tenho, a cada temporada que
passo, aprendido mais sobre o Pai e sido trabalhado pelo mesmo. Mas nessa
temporada em especial, a benção do Senhor tem um nome, que é Chorão.
Talvez
você ao ter lido o final do parágrafo acima possa ter achado isso meio
estranho, mas antes que pense besteira, deixo claro que esse cara é um amigo
que Deus colocou no meu caminho pra me ensinar. Posso dizer que não é pra mim o
cara que me passa um modelo de ideologia perfeita, pois nossas ideias em vários
pontos são “beeeem” divergentes. Só que tem uma coisa nesse rapaz que me
fascina e me chama muito a atenção (sem ser gay, antes que você pense nisso): o
amor desse cara por Deus e por sua palavra.
No
primeiro dia da temporada, estava eu conversando com meus acampantes sobre
alguns assuntos, quando ele chegou ao quarto. Pedi que nos desse sua opinião e
sem hesitar, chorão mesmo fugindo do tema em que estávamos a dialogar, deu um
testemunho que pela primeira vez na vida me fez agradecer a Deus por ter
nascido num lar cristão; que me abriu os olhos para como julgava coisas vãs nas
pessoas sem nem conhece-las; como a palavra de Deus é realmente viva; como o
pai resgata e transforma os seus escolhidos.
Ainda
hoje pela manhã, teríamos o minigrupo, que já tinha sido um momento muito
bacana nos dois dias anteriores, sendo que ontem juntamos nossos quartos e foi
muito produtivo. Mas hoje ele pediu a palavra e acabou com a proposta original
e começou a mostrar tantas coisas que passavam despercebidas ou que nós às
vezes até percebíamos, mas que nos calávamos para elas. Então tivemos um clamor
por nossas vidas, pelo JV, pelos nossos líderes, pelos nossos colegas etc.
Na
hora, após acabar o momento, enquanto os outros se abraçavam, fiquei sentado na
minha cama pensando que eu não era um cristão de verdade, mas hoje agora a
pouco cheguei a um termo que acho que soou melhor para mim. Pelo conceito que
existe de cristão, eu o sou, mas não tenho tanta certeza se sou um discípulo de
Cristo. Talvez esse seja o grande de nossas igrejas. Temos muitos que confessam
Cristo, mas pouquíssimos que o vivem. Peço a Deus que Ele me faça realmente um
discípulo pleno d’Ele e que muitos outros sejam levantados para glória do Pai.
Esse
texto foi escrito na temporada apesar de estar sendo postado só agora, por isso
tem datas tão irreais para a publicação.
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